segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Notas de uma palestra muito interessante...

O Dr. Alberto Gradim, realizou uma palestra na Escola Secundária de Vagos para os alunos dos cursos de receção e de restauração, das variantes cozinha/pastelaria e de bar/restaurante.

O preletor é consultor no Villa Pampilhosa Hotel e assistente de direção no Hotel Tryp de Coimbra. Ministra também formação na Escola de Hotelaria de Coimbra, e no Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA) no Porto. Todos os alunos presentes estiveram bastante atentos e mostraram-se muito interessados fazendo, no final, inúmeras perguntas a que o consultor respondeu com prontidão.
 A Escola Secundária de Vagos agradece a disponibilidade evidenciada pelo Dr. Alberto Gradim pela sua presença, pelos esclarecimentos prestados e pela sua partilha de conhecimentos e experiência pessoais transmitidos aos 54 alunos durante cerca de 2 horas. Obrigado e conte com nossos alunos como futuros profissionais nos seus hotéis.

Deixo aqui algumas ideias transmitidas pelo consultor do Villa Pampilhosa Hotel.
Ter dúvidas é sinal de inteligência. Os estágios são fases de aprendizagem que os formandos devem aproveitar.
O palestrante começou como assistente de direção depois de fazer o seu estágio e a par disso foi sempre dando formação. Já crescido fez a licenciatura em Turismo.
Um amigo do palestrante pediu-lhe um conselho sobre a formação que aconselhava para o seu filho. Ele aconselhou a inscrição na Escola de Hotelaria e Turismo. Este aluno de hotelaria e turismo aos 20 anos decidiu ir para os EUA. A sua mãe mostrou grande preocupação mas ele respondeu-lhe: “Eu com o curso que tirei trabalho em qualquer parte do mundo”.
Referiu que as regras que nos são impostas e que aprendemos são para seguir, pois são elas que nos preparam, de forma consistente e organizada, para a vida.
Antigamente, quem não sabia fazer nada, ia para as obras ou ia trabalhar num restaurante. Nestes trabalhos não era necessário conhecimento, mas hoje não é assim... Para se estar em hotelaria é necessário ter conhecimento de línguas, ter conhecimento de confeção, não menos importante ter uma postura adequada no tratamento com os clientes, com os colegas e com os chefes.
O rececionista ou o servente de mesa pode saber muito de técnica mas, se for mal educado, não terá certamente sucesso na sua profissão e colocará em risco o nome da casa onde trabalha e de onde recebe vencimento. Mostrar um sorriso, ser afável, saber receber são ações que os clientes registam. O cliente raramente distingue se lhe colocaram o garfo bem ou mal, se o serviram pela direita ou pela esquerda, mas a forma como foi tratado… isso sim, ele regista na sua memória. Isto sim é que o fará voltar, ou não!
Em hotelaria as pessoas e a educação são importantíssimas pois :
No restaurante não existem máquinas para servir pessoas;
Na receção não existem máquinas para receber os clientes.
Também chamam ao turismo indústria da paz, onde se insere a hotelaria e a restauração. Pois quem trabalha nestes setores (restauração e hotelaria) tem que ser afável, está para servir os outros. Estes outros, os clientes, são quem pagará o salário dos trabalhadores destes setores. “Nós, os que trabalhamos em hotéis e restaurantes, existimos para que os outros não façam nada!” Os nossos clientes pagam-nos o salário para não terem que fazer nada. Devemos salvaguardar o nosso emprego dando o melhor que temos de nós, para que os clientes voltem e tragam mais pessoas. Servir os outros é a razão da nossa existência.
Todos os setores do hotel devem estar direcionados para o cliente. Quer a cozinha, quer o restaurante, quer a receção, devem trabalhar para o cliente.
A receção tem contacto direto com o cliente, é a receção que recebe o primeiro e último contato do cliente.
A cozinha não tem contacto direto com o cliente mas elabora o produto, que deve ser de qualidade para satisfazer o cliente.
O restaurante leva o produto ao cliente, contacta diretamente com o cliente e deve tratá-lo com esmero para que este aprecie devidamente o trabalho feito pela cozinha e nunca o ponha em causa.
Assim estes setores estão todos interrelacionados e trabalham todos para o cliente. O sucesso do estabelecimento depende do sucesso do trabalho de todos. Uma falha de uma pessoa que pertence a um destes setores, coloca em risco o sucesso dos restantes e o sucesso do estabelecimento, pois o cliente não se vai lembrar que o rececionista “F” o recebeu mal, ou que o empregado “J” o serviu mal, mas lembrar-se-á sempre que no Hotel “X” não foi bem recebido!
Com o curso de receção podem ser rececionistas mas depois podem ascender a sub-chefe da receção, depois a chefe da receção e depois para diretor de receção ou de Alojamento ou de F&B. Num grande hotel existem inúmeros cargos que o detentor do curso de rececionista pode, e deve, querer desempenhar. A mesmo se aplica aos do curso de restauração. Os jovens serão na vida aquilo que procurarem ser e devem sempre querer exercer funções de responsabilidade cada vez maior.
No hotel Tivoli existem os departamentos
De qualidade e segurança
De alojamento (responsável pela receção, pela rouparia, pela administração, pelo F&B, …
De manutenção
Não existe o departamento de RH nem de contabilidade porque este hotel pertence a uma cadeia hoteleira. Esta cadeia hoteleira tem órgãos centrais responsáveis por estas funções em toda a cadeia. Existem assim economias de escala pois este órgão trabalha os documentos de todos os hotéis que pertencem à rede.
A distinção entre um hotel de 3 ou 5 estrelas baseia-se essencialmente nas caraterísticas físicas do hotel, como as áreas dos quartos, a receção 24H, conjuntos de artigos  de higiene, …e não nos serviços.
Accor é um grupo de serviços da França presente nos ramos de hotelaria, agências de viagens e restauração e gestão de casinos. Em 2006, Accor contava com quatro mil hotéis, 157 mil empregados e era o primeiro grupo hoteleiro europeu. A Accor, na hotelaria controla as seguintes marcas:
Ibisbudget
Ibis
Novotel
Mercure
Sofitel
Cada uma destas marcas tem um conjunto de caraterísticas próprias que nada tem a ver com o número de estrelas. O palestrante falou no Hotel Burj al arab situado nos Emirados Árabes Unidos no Dubai como um hotel de 7 estrelas.
O Dr. Gradim acabou o 12.º ano com 18 anos e depois esteve um ano a trabalhar no restaurante dos pais e a receber. No ano seguinte candidatou-se a várias universidades e entrou em Gestão Hoteleira numa universidade particular. Perguntou ao pai se o podia ajudar a pagar as despesas e o pai disse-lhe: Pode não haver nada na mesa mas para estudares tem que haver dinheiro!
Atualmente, e relativamente a cada um de vós, os vossos pais têm estabelecimentos para vos empregar se após o 12.ºa no não arranjarem emprego?



PENSEM!!!! PENSEM MUITO!!!! E aproveitem a oportunidade que vos está a ser dada pela ESV de adquirirem um certificado muito valioso e de borla! Não digam isto alto pois, como sabem, Portugal está com muitas dificuldades financeiras e se isto se divulga……o vosso certificado pode estar em risco!

Sem comentários:

Enviar um comentário